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O QUE É ANATOMIA?

É o ramo da biologia no qual se estudam a estrutura e organização dos seres vivos, tanto externa quanto internamente.

 

Vejamos o que nos diz a filologia a respeito de tal ciência.

 

Uma consulta à página linguagem médica deste site nos permite perceber que a etimologia da palavra anatomia é grega e formada pelo antepositivo "ana", significando 'ação de movimento' e o pós-positivo "-tomia", 'corte, divisão'. Portanto, na origem, tal palavra designa ação de cortar, isto é, dissecação.

 

Segundo o Dicionário Michaelis o termo anatomia abrange as seguintes acepções:

01 Disposição, forma e situação dos órgãos de um ser vivo.

02 Compleição, aparência somática: a forte anatomia do atleta.

03 Arte de dissecar os corpos organizados a fim de estudar a estrutura dos órgãos e suas relações.

04 Tratado com as regras dessa arte ou os resultados de tal estudo.

05 Designa partes de um corpo dissecado, conservadas, ou a imitação dessas partes em material adequado, para fins didáticos.

06 Dissecção, autópsia.

07 fig Análise minuciosa ou exaustiva de uma obra qualquer, material ou de criação artística: O crítico fez a anatomia do romance.

08 Anatomia comparada: a que confronta arquétipos e suas variações.

09 Anatomia descritiva: a que enumera os órgãos e seus sistemas.

10 Anatomia patológica: a que se ocupa em descrever as alterações causadas por diferentes moléstias ou síndromes patológicas.

 

As acepções 01, 03, 04, 05, 06, 08 e 09 (mais ou menos como o mesmo significado) são as que vão nos interessar neste texto.

 

Linguagem anatômica

Quaisquer textos acerca de anatomia utilizam determinadas palavras que possuem uma conotação específica que visa tornar claro e inteligível o entendimento do que é dito. É por isso que, a seguir, serão apresentados os termos usados mais importantes, para o texto que segue e na descrição anatômica, acompanhados dos seus respectivos significados.

Os acidentes anatômicos serão descritos considerando o corpo humano sempre em posição anatômica.

 

 

A posição anatômica é uma convenção adotada em anatomia para descrever as posições espaciais dos órgãos, ossos e demais componentes do corpo humano. Na posição anatômica, o corpo estudado deve ficar ereto (de pé), calcanhares unidos, com os olhos voltados para o horizonte, os pés também apontados para frente e perpendiculares ao restante do corpo, braços estendidos e aplicados ao tronco e com as palmas das mãos voltadas para frente (os dedos estendidos e unidos). Deve-se notar que não é a posição normal dos braços, que normalmente ficariam em torção mais ou menos medial (com as palmas voltadas para o corpo, isto é, em pronação). É uma posição não espontânea em que há consumo de energia.

 

Planos anatômicos

Quatro planos são fundamentais

 

A. Plano Sagital Mediano (ou, simplesmente, mediano): plano vertical que passa longitudinalmente através do corpo, dividindo-o em dois antímeros direito e esquerdo.

Nota 1: chama-se, genericamente, de planos sagitais aos planos verticais que passam através do corpo, paralelos ao plano mediano. Qualquer plano paralelo ao plano mediano é sagital, por definição.

Nota 2: os planos tangentes ao corpo e paralelo aos sagitais são denominados laterais direito e esquerdo.

 

B. Plano Frontal Médio: plano vertical, que passa através do corpo em ângulo reto com o plano mediano, dividindo-o em dois paquímeros ventral e dorsal.

Nota 1: denomina-se planos frontais (ou coronais) à quaisquer planos paralelos ao frontal mediano e que dividem o corpo em partes anterior (frente) e posterior (de trás).

Nota 2: os planos tangentes ao corpo e paralelos aos frontais são denominados ventral (ou anterior) e dorsal (ou posterior).

 

C. Planos Transversais (transversos): são planos horizontais, perpendiculares aos planos sagitais e frontais, que dividem o corpo em metâmeros. 

Nota 1: Ao plano paralelo aos transversais que tangencia a cabeça denomina-se cranial ou superior; e ao que tangencia os pés é chamado de inferior ou podálico.

Nota 2: O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano que passa pelo vértice do cóccix, o plano caudal.

 

Eixos (linhas imaginárias) anatômicos



Eixo vertical ou longitudinal (súpero inferior) une a cabeça aos pés, classificado como heteropolar.

Eixo de profundidade ou ântero-posterior (sagital ou ventro-dorsal) une o ventre ao dorso, classificado como heteropolar.

Eixo de largura ou transversal (horizontal, látero-lateral ou dextro-sinistro) une o lado direito ao lado esquerdo, classificado como homopolar.

 

Termos de posição e direção

Vejamos, agora, a situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos planos de delimitação e secção.

 

Duas estruturas dispostas em um plano frontal serão chamadas de medial e lateral conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano mediano do corpo.

 



Duas estruturas localizadas em um plano sagital serão chamadas de anterior (ou ventral) e posterior (ou dorsal) conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano anterior. O tubo digestivo é ventral é relação à coluna vertebral (ou vice-versa).

 

Para estruturas dispostas longitudinalmente, os termos são superior (ou cranial) para a mais próxima ao plano cranial e inferior (ou caudal) para a mais distante deste plano. O coração é cranial em relação aos rins (ou vice-versa).

 

Para estruturas dispostas longitudinalmente nos membros emprega-se, comumente, os termos proximal e distal referindo-se às estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da raiz do membro (o punho é distal em relação ao cotovelo). Para o tubo digestivo emprega-se os termos oral e aboral, referindo-se às estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da boca (esôfago é oral em relação ao intestino).

 

Uma terceira estrutura situada entre uma lateral e outra medial é chamada de intermédia. Nos outros casos (terceira estrutura situada entre uma anterior e outra posterior, ou entre uma superior e outra inferior, ou entre uma proximal e outra distal ou ainda uma oral e outra aboral) é denominada de média.

 

Estruturas situadas ao longo do plano mediano são denominadas de medianas, sendo este um conceito absoluto, ou seja, uma estrutura mediana será sempre mediana, enquanto os outros termos de posição e direção são relativos, pois baseiam-se na comparação da posição de uma estrutura em relação a posição de outra.

 

Estratificação.

Estratificação é o princípio segundo o qual, o corpo humano é constituído por camadas (extratos) que se superpõe reconhecendo-se uma estratimeria ou estratificação. Por exemplo: a pele é a camada mais externa (ou superficial), a tela subcutânea mais interna (ou profunda) em relação à pele; os músculos são ainda mais internos em relação à tela subcutânea e os ossos são ainda mais internos em relação aos músculos.

 

Posições descritivas:

POSIÇÃO ORTOSTÁTICA: posição de pé, bípede.

Nota: as demais posições descritas abaixo de A a E devem ser acompanhadas com a figura que segue imediatamente abaixo do texto.

A. POSIÇÃO SUPINA ou DECÚBITO DORSAL – o corpo está deitado com a face voltada para cima.

B. POSIÇÃO PRONA ou DECÚBITO VENTRAL – o corpo está deitado com a face voltada para baixo.

C. DECÚBITO LATERAL – o corpo está deitado de lado.

D. POSIÇÃO DE LITOTOMIA – o corpo está deitado com a face voltada para cima, com flexão de 90° de quadril e joelho, expondo o períneo.

E. POSIÇÃO DE TRENDELEMBURG – O corpo está deitado com a face voltada para cima, com a cabeça sobre a maca inclinada para baixo cerca de 40°. 

 

Observações:

Mão:

Região Palmar: anterior

Região Dorsal: posterior

:

Região Plantar: inferior ('sola do pé')

Região Dorsal: superior ('peito do pé')

 

Divisão do corpo humano

O corpo humano divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça corresponde à extremidade superior do corpo estando unida ao tronco por uma porção estreitada, o pescoço. O tronco compreende o tórax e o abdome com as respectivas cavidades torácica e abdominal; a cavidade abdominal prolonga-se inferiormente na cavidade pélvica. Dos membros, dois são superiores ou torácicos e dois inferiores ou pélvicos. Cada membro apresenta uma raiz (ou cíngulo), pela qual está ligada ao tronco, e uma parte livre.

 

 
 

ANATOMIA DA BOCA

MUCOSA

Mucosa é um tipo de tecido epitelial de revestimento interno das cavidades do corpo que têm contato com o meio externo (o interior do tubo digestivo é, neste contexto, considerado meio externo).

Mucosa é o nome dado ao conjunto formado por epitélio mais tecido conjuntivo que reveste as cavidades úmidas do corpo, em contraste com a pele onde a superfície é seca. Portanto, recobre locais como a boca, intestino, bexiga, etc. Seu tecido conjuntivo é denominado lâmina própria ou córion.

A boca é um órgão peculiar a começar porque é a única parte do tubo digestivo coberta por mucosa na parte interna e pele na parte externa.

 

MUCOSA BUCAL

A mucosa bucal é, portanto, o revestimento da cavidade bucal incluindo gengiva, palato, lábio, bochecha, soalho da boca e outras estruturas. A mucosa geralmente é um epitélio escamoso estratificado não queratinizado que reveste músculos, ossos ou glândulas, e podem mostrar graus variados de queratinizações em locais específicos.

Esta mucosa  apresenta  características estruturais diferentes, dependendo da região considerada. Isto ocorre porque esta mucosa se adapta frente as agressões funcionais frente a modificações evolutivas e também sofre modificações reversíveis em resposta a função e ao uso.

 

FUNÇÕES DA MUCOSA

De uma forma bem resumida as funções da mucosa bucal são:

Proteção, sensorial, regulação da temperatura e secreção.

 

A Boca, primeiro segmento do tubo digestivo, situada na cabeça, comunica-se anteriormente com o exterior pela rima bucal, fenda limitada pelos lábios, e posteriormente com a parte bucal da faringe, através de uma zona estreitada, o istmo da garganta. Suas paredes laterais são as bochechas esquerda e direita; a anterior, os lábios; a superior, o palato (céu da boca); e a inferior, as partes moles (músculo milohioideu principalmente) que se estendem da concavidade da mandíbula ao osso hióide.



A cavidade nasal na parte média da face, acima da cavidade bucal (esta se localiza na parte inferior da face). É delimitada por um arcabouço osteocartilaginoso que forma a saliência denominada nariz, é dividida pelo septo nasal em duas metades, esquerda e direita geralmente assimétricas.

O nariz tem a forma pirâmido-triangular e seu ângulo superior de implantação é chamado raiz. Suas faces laterais convergem súpero-medialmente e constituem o dorso nasal, borda livre que termina no ápice. A parte inferior apresenta dois orifícios amplos, elíticos, as narinas, uma esquerda, outra direita, separadas entre si pela porção ântero-inferior do septo. Comunicam o interior da cavidade nasal com o meio ambiente.
 

Na cavidade da boca fazem saliência a língua e os arcos dentários, e nela abrem-se os ductos das glândulas salivares. Imagine os dois arcos dentários em contato (oclusão); e perceba que a face externa da parede formada por esses arcos em contato determina, com as bochechas e os lábios, um espaço fissural. Este espaço é chamado vestíbulo bucal (daí o nome 'vestibular' para as faces dos dentes desse lado). A região interna aos arcos dentários, onde se encontra a língua, é a cavidade bucal propriamente dita.

Os lábios, superior e inferior, são duas pregas cutâneas-músculo-mucosas que delimitam a rima bucal; unem-se à direita e à esquerda formando a comissura labial circunscrevendo em arco as respectivas extremidades da rima bucal, denominadas ângulos da boca (ângulos orais).

Na face cutânea do lábio superior há, na região mediana, logo abaixo do septo nasal, um sulco vertical, o filtro, que atinge o relevo mediano da margem livre do lábio, nas regiões laterais direita e esquerda, dispõem-se os respectivos sulcos nasolabiais que marcam na pele os limites entre lábio superior e bochecha, estendendo-se das asas do nariz, obliquamente para baixo e para fora, até as correspondentes comissuras labiais.

A superfície cutânea da lábio inferior é separada da saliência mentoniana, por um sulco transversal em arco, o sulco mentolabial.

Na face mucosa de cada lábio há uma grande prega mediana, o freio do lábio, mais evidente no superior.



Os lábios são formados por uma camada muscular estriada de constituição complexa na qual tomam parte os músculos mímicos, são revestidos externamente por pele e se continuam pela margem livre com a mucosa bucal, rica em glândulas salivares labiais; possuem densa irrigação.


As bochechas estão em ligação direta com os lábios a apresentam também uma superfície cutânea e outra mucosa. A camada muscular da bochecha é representada principalmente pelo músculo bucinador.



Na mucosa jugal (da bochecha) localizam-se as glândulas salivares genianas (1 a 3 mm); na altura do dente segundo molar superior observa-se, de cada lado, uma pequena papila com o orifício de abertura do canal excretor da correspondente glândula parótida.



O palato (céu da boca) é o teto da cavidade bucal e separa-a da cavidade nasal. Compreende uma porção anterior, esquelética – palato duro – e outra posterior, muscular – palato mole ou véu palatino.

         Na porção óssea mucosa apresenta saliências transversais, variáveis em número e disposição, as cristas palatinas transversas.



Da margem posterior, livre, do pálato, projeta-se uma saliência cônica, mediana, a úvula palatina (figura Acima). De cada lado desta dispõem-se de duas pregas, uma anterior e outra posterior, respectivamente arco palatoglosso e arco palatofaríngeo, entre os dois se aloja um órgão linfóide a tonsila palatina.

O arco anterior é determinado pelo músculo palatoglosso e o posterior por parte do músculo palatofaríngeo.



A úvula possui músculo próprio, o músculo da úvula. Dois outros músculos, o tensor e o elevador do véu palatino, dirigem-se superiormente, inserindo-se na base do esqueleto cefálico.





A língua é um órgão muscular revestido em sua maior parte por mucosa, projeta-se para o interior da cavidade bucal. Tem importantes funções na mastigação, na deglutição, como órgão do gosto e na articulação da palavra.

Pode-se considerar na língua um corpo ou parte bucal, que corresponde aos dois terços anteriores, e uma raiz ou parte posterior, terço posterior. O limite entre corpo e raiz é marcado parcialmente por um sulco – sulco terminal – em V ou em arco aberto para diante apresentando na linha mediana uma pequena depressão, o forame cego da língua.


O corpo apresenta: uma face superior, o dorso da língua; um ápice, anterior, arredondado, que se continua nas margens laterais; e uma face inferior (ventre da língua), menos extensa, que apresenta na linha mediana o frênulo lingual (ou freio lingual), prega mucosa estendida da língua e parte anterior do soalho da cavidade bucal à gengiva. Esta constitui o revestimento mucoso das arcadas alveolares (que está detalhada na aba “anatomia 2”).


A raiz da língua está voltada para a faringe, estende-se até a epiglote e apresenta três pregas mucosas: a prega glosso-epiglótica mediana, maior e duas laterais, menores, as pregas glosso-epipglóticas laterais, as fóssulas interpostas são denominadas valéculas epiglóticas.


A mucosa de revestimento, de aspecto e estrutura diversos nas várias regiões da língua, apresenta: folículos linfáticos que, agrupados, constituem, na raiz da língua a tonsila lingual; pequenas e numerosas glândulas salivares, linguais; e numerosos e pequenos relevos, as papilas linguais.

As papilas linguais são de diferentes tipos: filiformes, as mais numerosas distribuem-se por todo o dorso, margens e ápice da língua; valadas, volumosas, em geral de 7 a 12, dispõem-se comumente em forma de V ou Y, logo adiante do sulco terminal; fungiformes, em número de 150 a 200, estão disseminadas no dorso da língua, anteriormente às valadas, folhadas, uma em cada margem da língua logo adiante do arco palatoglosso, são formadas por 4 a 8 pregas verticais na mucosa.

A língua é formada por músculos estriados extrínsecos que se fixam em formações ósseas vizinhas (m. genioglosso, m. hioglosso, m. estiloglosso, m. palatoglosso e m. condroglosso) e intrínsecas, contidas na espessura do órgão – músculos próprios: longitudinal superior, longitudinal inferior, transverso e vertical da língua.









MÚSCULOS DA PAREDE DA BOCA

 

 

MÚSCULO LEVANTADOR DO LÁBIO SUPERIOR E DA ASA DO NARIZ

ORIGEM – processo frontal maxilar

INSERÇÃO – lábio superior

AÇÃO – eleva e realiza protusão com lábio superior e abertura da asa do nariz (mostra a gengiva)

 

                          MÚSCULO ZIGOMÁTICO MAIOR      

ORIGEM – zigoma, osso zigomático

INSERÇÃO – ângulo da boca

AÇÃO – eleva o ângulo da boca

 

MÚSCULO ZIGOMÁTICO MENOR

ORIGEM – zigoma (sob orbicular do olho)

INSERÇÃO – lábio superior (parte lateral)

AÇÃO – eleva lábio superior

 

MÚSCULO DEPRESSOR DO ÂNGULO DA BOCA

ORIGEM – mandíbula, abaixo do ângulo da boca

INSERÇÃO – ângulo da boca

AÇÃO – ato de tracionar para baixo os ângulos da boca

 

MÚSCULO ORBICULAR DA BOCA

ORIGEM – numerosas camadas de fibras musculares circundando o orifício da boca

INSERÇÃO – maior parte da pele e membrana mucosa externa

AÇÃO – fechamento dos lábios, protusão para frente (assobiar)

OBS.: pode citar que origina e insere nos processos alveolares das maxilas

 

MÚSCULO BUCINADOR

ORIGEM – superfície externa dos processos alveolares maxila e mandíbula

INSERÇÃO – ângulo da boca, fundindo–se com orbicular da boca

AÇÃO – ato de pressionar as bochechas firmemente de encontro aos dentes (lateral), ato de tracionar para trás o ângulo da boca

Obs.: este músculo não aparece no desenho acima, mas pode ser visto numa figura mais ainda acima.

 

MÚSCULO MENTAL

ORIGEM – fossa incisiva da mandíbula

INSERÇÃO – tegumento do mento

AÇÃO – protusão do lábio inferior eleva a pele do mento

 

MÚSCULO RISÓRIO

ORIGEM – fáscia sobre o masseter, no próprio masseter

INSERÇÃO – pele do ângulo da boca

AÇÃO – traciona o ângulo da boca para cima e para fora

 

MÚSCULO ELEVADOR DO LÁBIO SUPERIOR

ORIGEM - borda infra-orbitária

INSERÇÃO – lábio inferior entre as fibras do elevador do ângulo da boca e da asa do nariz e elevador do ângulo da boca

AÇÃO – eleva o ângulo da boca

ALGUNS ELEMENTOS DE ANATOMIA DO TRIGÊMIO

A inervação dentária é provida pelo nervo trigêmeo. O nervo trigêmeo, 5º par de nervos cranianos, se origina aparentemente na porção ântero - lateral da ponte, no tronco encefálico. O nervo trigêmeo emite três ramos oftálmico, maxilar e mandibular. Dentre esses os ramos maxilar e mandibular são de suma relevância para o profissional cirurgião dentista e serão eles aqui vistos com algum detalhe. O nervo maxilar emite ramos para dentes superiores e formações anexas e o nervo mandibular para os dentes inferiores e formações anexas além de inervar os músculos da mastigação. Na maxila os ramos alveolar anterior, médio e posterior e os nervos nasopalatino e palatino maior são responsáveis pela sensibilidade dos dentes superiores e estruturas anexas.

Os nervos alveolar inferior, lingual e bucal são ramos do nervo mandibular. O nervo alveolar inferior se distribui pelas raízes dos dentes inferiores. O nervo lingual ocupa uma posição mais anterior e medial em relação ao nervo alveolar inferior, se distribui pelos 2/3 anteriores da língua, gengiva lingual e pela mucosa do assoalho bucal. O nervo bucal se distribui pela gengiva vestibular da região de molares. O estudo da inervação dentária e sua aplicação prática é conteúdo da disciplina anatomia odontológica. Face à relevância do tema na formação do aluno de odontologia, o presente estudo vai procurar esclarecer o posicionamento de tal nervo da forma mais clara e mais simples possível.

Lembremos que nervos sensitivos (aferentes) são os que contêm somente fibras sensitivas, que conduzem impulsos dos órgãos sensitivos para o sistema nervoso central. Nervos motores (eferentes) são os que contêm somente fibras motoras, que conduzem impulsos do sistema nervoso central até os órgãos efetuadores (músculos ou glândulas). Nervos mistos contêm tanto fibras sensitivas quanto motoras.

Dos três ramos do trigêmio acima referidos somente o mandibular é misto. Os demais (oftálmico e maxilar) são sensitivos.

Origem do Trigêmio.

A origem real da parte motora encontra-se na ponte, no núcleo motor do trigêmio. As três porções sensitivas tem origens reais respectivamente nos núcleos do trato espinal (medula oblonga), sensitivo principal (ponte) e raiz mesencefálica (mesencéfalo).

A origem aparente ocorre na ponte, na região de transição entre esta e o pedúnculo cerebelar médio. Nesta região se encontra o gânglio trigeminal ou de Gasser.



Ponte - É a porção do tronco encefálico situada entre o bulbo (medula oblonga) e o mesencéfalo, ventralmente ao cerebelo.

Raiz sensitiva - Formada pelos prolongamentos centrais de corpo celulares constituídos do gânglio trigeminal.

Função: Sensibilidade da cabeça (são esses que teremos que bloquear por ocasião da anestesia odontológica).  

Raiz Motora - Provém de grupamento celular, o núcleo motor do trigêmeo, situado na ponte, e dispõe-se medialmente à raiz sensitiva (inverva os músxculos mastigadores vistos na aba "Anatomia 3"). 

Função: movimentos da mandíbula, principalmente.




Gânglio Trigeminal ou Semilunar ou de Gasser
 

Contido em desdobramento da dura-máter, conhecido como cavo trigeminal ou de Meckel, repousa na impressão do Trigêmeo, localizada na face anterior da porção petrosa do osso temporal, próximo à porção terminal do canal carotidiano. 

Cada uma das três raízes, em seu trajeto, atravessam os seguintes forames do osso esfenóide na base do crânio: o ramo oftálmico emerge da fissura orbital superior, o ramo maxilar emerge do forame redondo e o ramo mandibular, do forame oval.   

Abaixo: osso esfenóide (vista cerebral)






Trajeto do ramo maxilar

Nervo maxilar: é o segundo ramo do nervo trigêmeo. Saindo do forame redondo ele cruza a fossa pterigopalatina como se fosse um cabo aéreo para introduzir-se na fissura orbital inferior e penetrar na cavidade orbital, momento em que passa a se chamar nervo infra-orbital.



O nervo infra-orbital continua a mesma direção para frente transitando pelo soalho da órbita, passando sucessivamente pelo sulco, canal e forame infra-orbital e através desse último se exterioriza para inervar as partes moles situadas entre a pálpebra inferior (n. palpebral inferior), nariz (n.nasal) e lábio superior (n. labial superior).



O nervo infra-orbital (ramo terminal do nervo maxilar) fornece como ramos colaterais o nervo alveolar superior médio e o nervo alveolar superior anterior, que se dirigem para baixo.



Os nervos alveolares superiores anteriores, em número de dois ou três, deixam o nervo infra-orbital e seguem um trajeto intra-ósseo na parede anterior do seio maxilar, inervando sua mucosa e se dividindo, a seguir, em ramos que atingem a polpa (ramos dentais), papila interdental, periodonto e osso alveolar vizinho dos dentes incisivos e canino superiores do mesmo lado (ramos peridentais).

Em resumo, os ramos dos três nervos alveolares superiores formam um plexo sobre os ápices dos dentes. É desse plexo que partem ramúsculos para os dentes: os que vão para os incisivos e o canino são provenientes dos alveolares superiores anteriores; para os pré-molares e raiz mésio-vestibular do primeiro molar são do médio; e para os molares, incluindo  a raiz mésio-vestibular do primeiro que tem dupla inervação, são dos posteriores.

Como vimos, o nervo maxilar abandona o crânio através do forame redondo e logo alcança o alto da fossa pterigopalatina. Aí se ramifica dando origem ao nervo palatino.

O nervo palatino é um ramo descendente do nervo maxilar. Em seu início, atravessa o gânglio pterigopalatino sem, entretanto, manter relações funcionais com ele. Ainda no interior desse gânglio ou pouco acima, fornece os ramos nasais posteriores superiores, que penetram na cavidade nasal pelo forame esfenopalatino. Destes, um de seus ramos mediais é o nervo nasopalatino, que se dirige à mucosa da região anterior do palato duro, compreendida entre canino e incisivo central, e da mucosa da região anterior do septo nasal. Em seu trajeto, o nervo nasopalatino vai do teto da cavidade nasal em direção inferior e anterior, percorrendo o septo nasal, até alcançar e atravessar sucessivamente o canal e o forame incisivo.


Depois de passar pelo gânglio pterigopalatino, o tronco do nervo palatino desce pela fossa pterigopalatina, penetra no canal palatino maior e divide-se em três ramos, os nasais posteriores inferiores, que inervam as porções posteriores da cavidade nasal e seu septo, e os nervos palatinos maior e menores.


O nervo palatino maior traspassa o forame palatino maior e logo se divide em, pelo menos, dois ramos, os quais correm para frente, nos sulcos que ficam entre as espinhas palatinas e no meio de duas camadas, o periósteo e a mucosa do palato duro.





A maioria das fibras do nervo palatino maior dá sensibilidade à mucosa do palato duro desde a região do canino até o limite anterior do palato mole. Essa ramificação envolve a gengiva lingual dos dentes posteriores.

Ainda no interior do canal palatino maior, o nervo expede as fibras constituintes dos nervos palatinos menores que, após atravessar os forames do mesmo nome, se dirigem à mucosa e às glândulas do palato mole. 

boca32Mais à frente, o nervo maxilar dá origem aos nervos alveolares superiores posteriores (posterior e médio), que inervam a polpa e o periodonto dos dentes molares superiores e o revestimento da porção posterior do seio maxilar. Esses nervos são constituídos por dois ou três pequenos ramos que, após transporem os pequenos forames (foraminas) alveolares na tuberosidade da maxila, ocupam canais delgados localizados nas paredes lateral e posterior do seio maxilar.

 



Alguns filetes nervosos não têm trajeto intra-ósseo e se dirigem à gengiva vestibular da região dos molares e podem ser chamados de ramo gengival. Na ausência do nervo alveolar superior médio, os nervos alveolares superiores posteriores formam, com as fibras dos nervos alveolares superiores anteriores, um plexo nervoso responsável pela inervação de todos os dentes superiores e seus tecidos de suporte.

Trajeto do ramo mandibular

Esta divisão do trigêmeo faz com que ele (o trigêmio) seja caracterizado como boca34nervo misto, pois é a única a possuir, em seu interior, componentes funcionais sensitivos e motores. Os axônios que estão agrupados na porção mais volumosa do nervo mandibular pertencem a neurônios sensitivos alojados no interior do gânglio trigeminal. Sua porção menor, motora, possui axônios de neurônios localizados no interior do tronco encefálico, no núcleo motor do trigêmeo. A porção motora pode ser identificada medialmente próxima à origem aparente do nervo trigêmeo (ver figura), ficando a seguir inferiormente ao gânglio trigeminal. Abaixo do forame oval, as porções sensitiva e motora não podem ser diferenciadas visualmente.

 

No trajeto aproximado de 1 cm a partir do forame oval, o nervo mandibular emite seus ramos motores, que recebem a denominação dos músculos a que se destinam. 01) Nervo massetérico 02) Nervo temporal 03) Nervo pterigóideo medial. Como essa descrição visa à aplicação na neuroanatomia à anestesiologia valos limitar nossa descrição à parte sensitiva do nervo mandibular.

Ramos sensitivos do nervo mandibular

Nervo bucal - outro ramo do nervo mandibular dá sensibilidade à mucosa e à pele boca35da bochecha e gengiva vestibular dos dentes molares inferiores. Suas fibras gengivais podem estender-se desde a região de pré-molares ou ficar restritas a uma pequena área dos molares; eventualmente, podem alcançar também a gengiva vestibular dos molares superiores. Todas essas fibras constituem ramificações do nervo bucal.

Em seu trajeto descendente, faceia a superfície medial do ramo da mandíbula, próximo aos tendões do músculo temporal ao nível da base do processo coronóide, antes de se espalhar pela bochecha e gengiva. Na bochecha, passa sobre a face lateral do músculo bucinador enviando ramos para suprir a pele e depois perfura o músculo para inervar a mucosa da bochecha.

Os ramos mais calibrosos do nervo mandibular são o nervo alveolar inferior e o nervo lingual, dispostos, respectivamente, mais posterior e lateral, o primeiro, e anterior e medial, o segundo.



A sensibilidade proveniente da polpa dos dentes de cada lado da mandíbula, bem como das papilas interdentais, periodonto e tecido ósseo vizinho aos dentes, é transmitida através do nervo alveolar inferior.

Fibras nervosas sensitivas para a pele do mento, mucosa e pele do lábio inferior e mucosa e gengiva vestibular dos dentes anteriores são dadas pelo nervo mentoniano (ou mental). 


Surge ele da mandíbula pelo canal e forame do mesmo nome, após se desligar (se bifurcar) do nervo alveolar inferior. Este nervo que lhe dá origem (alveolar inferior) ocupa toda a extensão do canal da mandíbula, alcançando-o através do forame da mandíbula, após deixar a fossa infratemporal. No interior do canal da mandíbula, o nervo alveolar inferior é acompanhado pela artéria e veia do mesmo nome. Ele é espesso e único até o canal mentoniano e neste ponto divide-se em dois ou três ramos que correm, por canalículos ósseos, até a área do incisivo central. Desses pequenos ramos partem ramos dentais e peridentais para os dentes anteriores, semelhantes àqueles dos dentes posteriores.

Observação clínica

Seu trajeto em direção superior e medial delimita uma forma em “S”, que se distende quando a boca está aberta. Essa condição é favorável nas anestesias tronculares do nervo alveolar inferior, uma vez que, ao fechar a boca, uma superfície maior do nervo entra em contato com a solução anestésica.

Além desses componentes sensitivos, fibras motoras estão também incorporadas ao nervo alveolar inferior, que o caracterizam como nervo misto. Essas fibras compõem o nervo milo-hióideo, que se destaca do nervo principal pouco acima do forame da mandíbula. Aloja-se no sulco milo-hióideo e destina-se a inervar o músculo milo-hióideo e o ventre anterior do músculo digástrico, interpondo-se entre eles em seu trajeto anterior. Fibras sensitivas deste nervo, que correspondem a 30% do total, espalham-se na pele das porções mais inferiores do mento e, eventualmente, nos dentes incisivos.

Algumas vezes, uma ramificação penetra na mandíbula pelo forame retromentoniano inferior ou outro, podendo ou não participar da inervação da polpa de incisivos. Este fenômeno, da inervação suplementar, tem comprovação científica e importância clínica.


Nervo lingual


Na fossa infratemporal, o nervo lingual compõe o tronco do nervo mandibular, juntamente com o nervo alveolar inferior. Ao se separarem, o nervo lingual coloca-se à frente do alveolar inferior e ambos encaminham-se para o espaço pterigomandibular (entre o músculo pterigóideo medial e o ramo da mandíbula), local onde normalmente é alcançado nas anestesias tronculares.

O nervo lingual segue um trajeto junto à superfície medial da mandíbula para frente e para baixo, passa pelo interstício formado pelos músculos milo-hióideo e hioglosso, em direção ao soalho da boca, local onde se conserva bastante superficial, coberto apenas pela mucosa. Depois se aprofunda, segue até a área das raízes do último molar, contorna inferiormente o ducto da glândula submandibular e divide-se em ramos linguais (distribuem-se nos dois terços anteriores da língua) e nervo sublingual (para a mucosa da região sublingual e para a gengiva lingual de todos os dentes inferiores).

Foi comprovado que o nervo lingual não envia ramos para o interior da mandíbula, tal como já fora aventado. Ele não tem nada a ver com a inervação de dentes, apesar de haver algumas especulações sobre essa possibilidade.

Na constituição do nervo lingual entra, como maior contingente, fibras de sensibilidade geral, mas também compartilham fibras aferentes gustatórias conexas às papilas linguais dos dois terços anteriores da língua

O nervo lingual coloca-se muito próximo da lâmina óssea alveolar interna do terceiro molar inferior e pode ser lesado em manobras cirúrgicas na extração desse dente, principalmente quando estiver incluso. Lesões do nervo lingual podem traduzir-se na perda da sensibilidade dos dois terços anteriores da língua do mesmo lado.


 


 



 




 


 


 

 


 

 

 

 

 

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